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Uma das colaborações surgidas durante o Primeiro MeetupTAB em Madrid: LANAU Espacio Creativo e Teatro Atómico
Foi uma das primeiras colaborações nascida graças ao primeiro Meetup de artistas, espaços e gestores culturais realizado por The Art Boulevard. Durante o evento, Oscar, diretor de LANAU Espacio Creativo, conheceu os membros do Teatro Atómico, que procuravam um espaço onde ensaiar e atuar. Decidimos falar com eles para conhecer o seu novo projeto em comum, e saber de que forma o #MeetupTAB os ajudou.
Podem contar-nos como começou cada um dos vossos projetos (Teatro Atómico e LANAU)? O que é que vos levou a criar o Teatro Atómico/LANAU? Como tem sido o vosso percurso até agora?
Teatro Atómico: O Teatro Atomico surgiu há onze anos, devido à necessidade de criar projetos criativos e inovadores. O seu espírito caracteriza-se por uma procura de histórias que falem de dramas quotidianos, através de uma estética limpa e muito cuidada. Ao longo destes anos criámos um laboratório de trabalho com artistas de diferentes partes do mundo. Cada um deles traz o seu contributo criativo e rigoroso para o projeto em curso, com o intuito de se universalizar a criação. Assim, experimentamos, trocamos ideias e refletimos sobre as possibilidades da vanguarda teatral. Contamos com mais de uma década de trabalho entre a Europa e a América Latina. Encenámos doze peças com muito boas críticas, que foram selecionadas para festivais na Suécia, Irlanda, letónia, Lituânia, Itália e Bulgária, entre outros.
LANAU: LANAU surge devido à necessidade de espaços destinados à cultura, afastados da burocracia e de interesses comerciais. Com esse objetivo pusemos em marcha, à cerca de um ano, um lugar destinado à criatividade e à investigação, um lugar que favoreça sinergias e o desenvolvimento de projetos culturais. Após anos de reflexão, sentimos a necessidade de expressar para mudar, evoluir, progredir. Consideramos esta necessidade vital para avançar e decidimos arriscar, abrindo um espaço que apoiasse essas ideias, esses projetos que não cabem em lugares convencionais, que ficam na periferia e que são tão importantes como os convencionais.
Quais são os vossos objetivos com Teatro Atómico/LANAU?
Teatro Atómico: Continuar a criar com liberdade total e fazer uma fusão do trabalho criativo teatral e audiovisual. Poder transitar entre ambas as linguagens com comodidade. A minha ideia é fazer uma obra e uma curta-metragem por ano para um dia, e espero que seja em breve, fazer o nosso primeiro filme. A nossa principal qualidade é a proatividade, somos “bichos carpinteiros” que precisam de estar a criar, e por isso estamos numa procura constante de algo para fazer.
LANAU: O nosso objetivo é criar uma comunidade aberta a novas propostas e movimentos, uma equipa onde a criatividade e a cooperação promovam o crescimento dos seus membros.
Conheceram-se durante o primeiro MeetupTAB certo? Podem contar-nos como foi este encontro e como surgiu a ideia de colaborarem?
Teatro Atómico: O MeetupTAB consiste em oferecer o que cada um faz ou pedir ajuda para algum projeto concreto, e nesta primeira reunião coincidimos em necessidades mútuas de procura e colaboração. Nós, como companhia, precisávamos de um novo espaço onde pudéssemos criar, ensaiar e onde escrever a nossa próxima obra, e LANAU era tudo aquilo que procurávamos, já que tem um espaço creativo ótimo, cheio de possibilidades, e assim iniciámos um coworking e uma troca artísticos.
LANAU: Como já dissemos anteriormente, LANAU surgiu para os profissionais que encontram obstáculos para aceder a espaços convencionais ou não tão convencionais. Sabemos por experiência o que é estar à procura de um lugar para desenvolver projetos, e as dificuldades que surgem. Num momento como o que estamos a viver, os nossos filtros são escassos devido à grande necessidade de nos expressar, dezenvolver, lançar projetos e tudo o mais. O profissionalismo e a vontade de trabalhar são aquilo que mais valorizamos quando propomos colaborações a quem nos solicita os espaço, abrindo as nossas portas para todas as nossas instalações, equipa humana e comunidade. O Teatro Atómico é uma companhia com muito profissionalismo, vontade e produtos interessantes.
De que forma vão colaborar?
Teatro Atómico: Nós vamos escrever a nossa próxima peça, chamada “Retrato de Familia”, no espaço de coworking de LANAU, e vamos ensaiar num espaço de intercâmbio laboral sem quotas nem taxas. Eles cedem-nos o espaço criativo e nós estreamos ali a nossa obra e colaboramos em funções e tarefas do centro.
LANAU: Cedendo-lhes o nosso espaço, uma plataforma para expandirem a sua obra e todo o calor humano necessário para trabalhar e levar a cabo um projeto com estas características, neste caso a obra “Retrato de Familia”. A colaboração é estabelecida dentro da nossa oferta de trocas, o Teatro Atómico colaborará com LANAU estreando o seu espetáculo na nossa sala e ajudando-nos nas tarefas do centro.
Quais são os vossos próximos projetos artísticos/culturais? De que precisam para os realizar?
Teatro Atómico: Temos vários projetos. Primeiro, continuar com o nosso microteatro “Dulcemente te mataré”, o qual tem recebido críticas muito boas. Depois estrear “Retrato de Familia” em janeiro e gravar um novo vídeo e uma curta-metragem agora em dezembro.
LANAU: Muitos... a nossa máquina criadora de ideias não para. A 10 de dezembro celebramos o nosso primeiro aniversário, e estamos a preparar uma semana especial, encerrando as atividades no dia 14 com uma festa centrada na exibição de artes cénicas (teatro, performance, dança e música). Claro que estão todos convidados. E centrando-nos no Meetup, queremos propor para o início do próximo ano um meeting onde artistas plásticos e outros tenham a oportunidade de mostrar os seus trabalhos ao público. Estamos a trabalhar nisso.
Damo-vos carta branca para dizerem o que quiserem ao leitores de The Art Boulevard.
Teatro Atómico: Tentem ser felizes em tudo aquilo que fazem e ponham o vosso coração em cada projeto. Há uma coisa muito importante que tem de ficar clara naquilo que fazemos, que é uma grande dose de fé, acreditar cegamente naquilo que se faz é a maior arma que os artistas possuem. Todas as ideias são intangíveis e dissolvem-se rapidamente se não lhes dermos esse empurrão tão necessário. Tens uma ideia, fica com ela e luta por torná-la realidade, apesar dos contratempos e das necessidades económicas e sociais que vivemos hoje em dia. Nestes anos descobri que com um bom planeamento, e pedindo ajuda, tudo aquilo a que te propões +e realizável, e se essa proposta se realizar entre os teus melhores amigos, então a felicidade artística e pessoal é total.
LANAU: Não abandonem os vossos projetos por falta de recursos, nestes momentos o engenho e a criatividade têm que ultrapassar todas as dificuldades. Temos que estar mais unidos que nunca porque precisamos uns dos outros, só assim poderemos sobreviver e crescer. Podem contar connosco.
